sábado, 9 de julho de 2011

TRÊS LUZES.

S A U D A Ç Â O.

De acordo com as Sagradas Escrituras, onde consta: “ No principio Deus criou o Céu e a Terra. A Terra era informe e vazia. As trevas cobriam o abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas. Deus disse: Faça a’ Luz’ e a Luz foi feita. Deus viu que a ‘Luz’ era boa e a separou das trevas”.

A narrativa bíblica, em sua gênese, associa a Luz a algo positivo, tendo para tanto a aprovação de Deus, que viu que A Luz era boa. Está mais do que patente que “A associação de Luz a algo positivo e bom, sempre em oposição às coisas más e sombrias, está presente em todas as Religiões, Crenças e Filosofias.

Então são associações lógicas ao pensamento humano universal os Seres de Luz, os Espíritos Iluminados, os Entes que emanam Luz, a Luz da Sabedoria, e outras.

Sem Luz não há vida, pois é um dos elementos essenciais aos Seres vivos, que a captam do Sol, para muitas Religiões a Personificação de Deus. Ao contrário, as trevas, além da associação com o Mal, representam a Ignorância, a Ausência de Sabedoria e o Descaminho.

Na Maçonaria jamais se deve apagar a Luz representativa da Divindade com sopro ou qualquer parte do corpo, mas sempre com apetrecho próprio, isto porque poderia contaminar a denominada Chama Sagrada, demonstrando-se nessa simbologia o Respeito à Luz, que tanto representa a Criação, quanto o Conhecimento.

Todas as reflexões referentes à Luz são importantes, pois culminam com a indicação do caminho à Iluminação Maior, afastando das trevas, em que até recentemente vivia.

As Luzes do Templo orientam no auxílio dos que adentrarão em busca da Luz da Sabedoria e Conhecimento, pois Iluminado é quem reflete a Luz que recebe, e não que somente a absorve sem multiplicá-la.

Luz do Templo. As três Luzes da Loja são representadas pelos Veneráveis Mestres, 1º e 2º Vigilantes, as autoridades diretivas dos trabalhos com atribuições individuais, que se unidas compõem o todo harmônico.

Hierarquicamente, um precede ao outro, e ocorrendo a ausência do Venerável Mestre, a primeira das Luzes, a condução dos trabalhos fica a cargo de seu imediato, o 1º Vigilante. Cada uma das Três Luzes possui a própria simbologia, ‘Jóias’ e respectivas responsabilidades.

Convém lembrar que para chegar ao honroso cargo de Venerável Mestre, é necessário antes ter exercido outra posição em Loja, tal como os cargos de Vigilante ou Orador, tendo assim experiência suficiente para desempenhar a contento as atribuições do Cargo. Na atualidade nem sempre é preciso que tenha exercido tais cargos, basta ter a experiência desejada para o cargo.

Para o preenchimento do cargo deve ser realizada uma Eleição Secreta, vencendo quem obter a maioria dos votos, só votando os Mestres, Aprendizes e Companheiros não votam, isto é, não participam.

O Orador deve esclarecer de conformidade com o que frisa o Escritor Rizzardo da Camino, o Venerável Mestre deve cumprir os seguintes Deveres:

1- Sentir-se Maçom, de preferência a qualquer outra afirmação doutrinária;

2- Ser discreto, justo e procurando ser perfeito;

3- Ser entusiasmado e interessado;

4- Ser disciplinado, disciplinador, tolerante e apaziguador;

5- Não ser invejoso, rancoroso ou intrigante;

6- Ser estudioso e meticuloso;

7- Ser humilde e inteligente;

8- Nas Eleições ter comportamento de Magistrado;

9- Não pleitear cargos ou posições nos Escalões Superiores; e

Ser cumpridor dos Estatutos, Regulamentos e Constituições.

O Venerável Mestre se figura como Referencial Moral e Intelectual da Loja, e assim, o Guardião do Equilíbrio a Reinar entre os Integrantes, o que sem dúvida é um fardo pesado, entretanto, sendo conhecedor da Arte Real, sabiamente a utilizará nessa árdua tarefa.

A ‘Jóia’ do Venerável Mestre é o ‘Esquadro’, pois Sua linha traçada não deve pender para direita ou para a esquerda, representando a Equidade com que deve agir sempre.

Sobre o tema, se expressa o Autor Rizzardo da Camino, em sua Obra Simbolismo do Primeiro, Segundo e Terceiro Graus:

“O Esquadro controla e talha as Pedras, que só se ajustam quando não regulamentares. Aplicando-a a si mesmo, o Venerável Mestre dá o exemplo de impecável sociabilidade, praticando magistralmente a Arte de saber viver, que traduz por uma constante afabilidade”.

No que diz respeito ao Irmão Secretário, uma das grandes Dignidades da Loja, face ao seu conjunto de qualidades que confere ao Venerável Mestre o direito de não censura por ninguém, deve revestir-se desses princípios, para tornar-se merecedor desse privilegio, devendo ainda contar com amizades de Maçons e profanos, demonstrar autoridade e ampla erudição – Conhecimento amplo obtido ao longo da Vida Maçônica e profana, principalmente através da leitura. Que é a qualidade do ERUDITO.

Enquanto, o Venerável Mestre deve ser o Guia, o referencial, o primeiro oficial e a primeira Luz da Loja, além de ter consciência que suas características influirão, certamente, na aprendizagem e vida maçônica daqueles que estão nos primeiros passos de sua caminhada.

Os Vigilantes estes Heróis estão nas Colunas do Norte e do Sul de regem cada qual suas Colunas, representando a Força, recebe simbolicamente o Nível que compõe seu Altar, pois o Nível representa o Equilíbrio que deve dar à Loja, sendo dois seus deveres fundamentais:

1-Verificar se o Templo está coberto, e

2-Se todos os presentes são Maçons.

A verificação acerca da Cobertura do Tempo às vistas profanas, tem significado muito profundo, pois a Cobertura também significa a proteção do Grande Arquiteto do Universo, cabendo ao 1º Vigilante verificar, sentir e ritualisticamente comunicar ao Venerável Mestre.

Uma das diversas formas que o Primeiro Vigilante dispõe para verificar se todos são Maçons, também seria através do olhar, posto que demonstrar em cada um dos presentes a comunicação espiritual daquela condição, assim, o 1º Vigilante deve enxergar se algo está interferindo na perfeição do Espírito Maçônico necessário aos trabalhos.

Outra função do 1º Vigilante é auxiliar o Venerável Mestre no fechamento da Loja, pagando os obreiros e despedindo-os contentes e satisfeitos. O Altar do 1º Vigilante deve estar instalado sobre dois degraus, e próximo os seus pés encontra-se a Pedra Polida, representação dos integrantes que ocupam sua Coluna.

O 2º Vigilante que representa a Beleza e a concórdia, tem seu Altar alocado sobre apenas um degrau, estando próximo aos seus pés uma Pedra Bruta, significando a precária condição dos integrantes de sua Coluna.

Dentre as funções do 2º Vigilante, uma seria de conclamar os obreiros para o trabalho, mostrada por sua ‘Jóia’ que é o Prumo, representação da Pesquisa e da Verdade.

Sua função é tão nobre quanto a do 1º Vigilante, estando também a seu cargo o auxilio no fechamento da Oficina, bem como substituir o 1º Vigilante em suas ausências. Por derradeiro, é impossível afirmar que representando a Sabedoria, a Força e a Beleza, as Três Luzes do Templo, tão necessárias à Iluminação do caminho que transforma os integrantes em Verdadeiros Maçons, na concepção maior do Espírito Maçônico, são compostas pelo Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes respectivamente. Que representa o Mestre dos Mestres, aquele que nos dá a sua mão para que não caíamos no abismo; é sustentáculo da Humanidade.

Ir. ‘. Manoel Norberto-33º

Mestre Instalado

Grande Secretário de Orientação Ritualística

G. O. E. RR.

Membro Efetivo da Augusta Benfeitora e Respeitável Loja Simbólica 20 de Agosto nº 1.818 – Oriente de Boa Vista-RR.

Biografia: Curso de Maçonaria Simbólica

Para o 1º Grau. Autor – Irmão Teobaldo Varoli Filho

Editora- Gazeta Maçônica, São Paulo – SP.

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