O LIVRO DA LEI.
INSTRUÇÃO PARA AS LOJAS
DO GRANDE ORIENTE ESTADUAL DO
ESTADO DE RORAIMA.
A maior força Maçônica no cerne da Maçonaria desde inicio da humanidade sempre foi e será a nossa nutrição. Uma forma de servir ao Grande Arquiteto do Universo. Tanto é verdade que os Rituais da Sublime Ordem dispõem que conforme a decoração prevista para a Loja, no centro do Oriente, à frente do trono de Salomão, deve ficar o Altar dos Juramentos, que por vezes se constitui de uma mesa triangular ou uma pequena coluna de 01 (um) metro de altura, sobre o qual estão postadas as três Luzes da Maçonaria Especulativa, que são o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso.
Uma das Leis Fundamentais da Maçonaria é a cresça no Grande Arquiteto do Universo, e numa existência futura, e assim todo Maçom deve assumir sua própria religião, sempre de maneira livre e respeitando as opções de cada Irmão, dessa forma todos os Cristões, Judeus, Muçulmanos, Protestantes, Espíritas, Budistas e Hindus, entre outros, podem conviver harmonicamente como verdadeiros Irmãos.
Nossa Sábia Ordem, entendendo que amplos são os aspectos religiosos e que Religião que tem a etimologia: “o prefixo é re-, red- (relliquiae)”, significa duplicidade na ação. O Segundo Elemento de acordo com Cícero, o Príncipe dos Tribunais romano, tem religação com religáre. Outros autores associam religio a religáre: seria propriamente o fato de se ligar com relação aos deuses, ou seja, significa a forma de se “Religar” com Deus, e cada uma das religiões possuem maneiras diferentes de entender essa ligação.
A Maçonaria é religiosa, mas não é religião, razão pela qual é proibido por nossas leis o assunto sectário religioso dentro da Loja. A Maçonaria não é e não pode ser religião, porque se assim fosse, a sua ação já teria terminado, os Maçons não estariam atuantes, mas, ao contrario, a Ordem seria uma revolução, pacifica, salutar e benéfica para os contrários. Ela é postada de modo constante, vigorosa e energética, principalmente quanto às idéias, conhecimento e altruísmo, porque rompe com o passado que se opõe à Luz da verdade sendo que sua obra e pensamento se situam no presente e no passado e no amanhã, buscando a cada dia construir a Virtude e a Verdade.
Maçonicamente, as religiões e Credos individuais não são o mais importante, senão pelo respeito que são merecedores, enquanto estejam despojados de todo fanatismo.
O Livro da Lei para o Maçom deve ser como se fosse à armação ou viga mestra sem o qual não se pode trabalhar. Este Livro deve estar sempre diante de nossos olhos durante o trabalho, para que signifique a Regra e a Diretriz de nossa conduta, e foi sobre ele que foi prestado o Juramento durante a nossa iniciação, sendo que é para Deus que é prestado esse Juramento, prometendo cumprir a sua vontade e as Leis que regem nossa Sublime Ordem, guardando segredo do que nos é revelado.
Cabe dizer que de acordo com o local e a crença dos Irmãos podem ser usados como o Livro da Lei o Alcorão, a Tora, o Livro dos Mortos dos Egípcios e o Veda dos Hindus, que terão o mesmo valor que a Bíblia Sagrada tem para os Cristãos.
Importante citar que: O Landmark nº 21 da classificação de Mackey consta que: É indispensável à existência no Altar de um Livro da Lei, o Livro que, conforme a crença se supõe conter a verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo, não cuidando a Maçonaria de intervir nas peculiaridades de Fé religiosa dos seus membros, esses livros podem variar de acordo com o credo.
Enquanto a Constituição do Grande Oriente do Brasil prevê: no Artigo 2º, é postulado Universal da Instituição Maçônica: no Inciso VIII, do mesmo diploma legal, vamos verificar que devemos cumprir com a manutenção das três Grandes Luzes da Maçonaria: O Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso, que deve estar sempre à vista, em todas as Sessões das Lojas e Corpos.
O que significa que a falta do ato litúrgico da abertura do Livro da Lei torna a Sessão Irregular. Cabe lembrar que Landmark, é uma palavra em inglês que significa “Marco”, ou “Limite Fronteiriço”, que demarca território e que, por isso, não pode ser alterado ou removido. A definição maçônica é a seguinte:
Landmark são as regras de conduta que existem desde os tempos imemoriais, seja sob a forma escrita, seja sob a forma oral, que são essenciais à sociedade maçônica, imutáveis, e que todo Maçom é obrigado a manter intactas, em virtude dos mais solenes e invioláveis compromissos.
Nos primórdios da nossa Ordem, não existiam normas ou regras escritas, no entanto essa tradição oral, com o passar do tempo, se sujeita as alterações e interpretações e somente com os princípios básicos bem definidos e registrados, essa filosofia pode perdura até nossos dias. No entanto, desde 1723, que a Franco-Maçonaria Proclamou nos Estatutos de Anderson que citam The General Regulations of. Payne... Provided always that the Landmarks be carefully, que significa: “Contato que os Antigos Landemarks sejam sempre mantido cuidadosamente”.
O Grande escritor americano, Albert Mackey compilou os vinte e cinco landmarcks aceitos pela maioria das Potencias regulares, no qual citamos acima o de nº 21, que interessa especificamente a este Trabalho para os nossos Irmãos. Mas é necessário que procurem entender o porquê.
Como a Loja “Amor ao Próximo” e na maioria das Lojas Brasileiras é usada a Bíblia, e embora em grande parte se assemelhe com a Tora (Pentateuco), e com o Alcorão, nos fixaremos nela da forma como a conhecemos no estudo a partir daqui.
A Bíblia Sagrada, pela primeira vez impressa por Gutenberg no século XV, é uma Biblioteca de 73 livros para os Católicos e, de 66 para os Cristãs, divididos em 2 dois grandes capítulos, sendo o Velho e o Novo Testamento divididos da seguinte forma:
VELHO TESTAMENTO
HISTÓRICOS.
GÊNESES: que trata da origem do homem; Êxodo conta a saída dos hebreus do Egito; Levítico recrudesce a historia da saída dos hebreus do Egito; Número trata da origem do povo hebreu, enquanto que Deuteronômio, também, fala da historia do povo hebreu.
Notem os Irmãos que o Velho Testamento pode ser considerado como um Substantivo, que recebe o Novo Testamento, e, nada modifica o que se encontra inserido no seu bojo; podemos considerar o Novo Testamento, como um Adjetivo qualificativo, que, qualifica justamente o Substantivo que é o Velho Testamento. O que pode ser comprovado pela dos livros de Josué – Juízes – Ruth-Esdras-Tobias –Judith –Ester- Macabeus- e Reis I e II.
II-DIDATICOS.
Jô – Salmos – Provérbios – Sabedoria – Eclesiásticos.
III – PROFETICOS.
1- Maiores = textos mais longos.
2- Isaias - Jeremias –Baruc-Ezequiel e Daniel.
3- Menores – textos mais curtos.
Oséias – Joel –Amós – Abdias – Jonas – Miquéias – Naum - Habacuc – Sofonias – e Argeu.
Para melhor compreensão a respeito do Novo Testamento e da leitura do Livro da Lei na abertura de nossos Trabalhos temos conhecermos o histórico, a didática e aquilo que consideramos profético no que concerne aos quatro Evangelhos no que diz respeito às Epistolas de São Paulo, tendo em nossa mente o Apocalipse, em todas as religiões.
A abertura do Livro da Lei marca o inicio real dos trabalhos em Loja, pois o ato, embora simples, é solene, e de grande importância, que simboliza a presença efetiva do Grande Arquiteto do Universo. Existem registros de que esta prática de se usar o Livro da Lei foi estabelecida no ano de 1717, a partir da Grande Loja da Inglaterra, embora haja referencia ao seu uso pela primeira vez em 1670.
Segundo narra José Castellani, a leitura do Salmo foi usada pela primeira vez, perto da metade do século XVIII, por algumas Lojas do Yorkshire, na Inglaterra, quando ainda nem havia um Rito plenamente organizado.
Em pouco tempo, esse habito foi abandonado e, já a partir da adoção do Rito Inglês de Emulation, ou de York, abria-se a Bíblia em qualquer lugar, sem leitura de versículos. Todavia, esse hábito foi retomado por algumas Lojas Norte americanas, principalmente a de Nova York.
Convem deixar patente que nos Estados Unidos as Lojas Simbólicas, só pratica o Rito de York, pois o Rito Escocês Antigo e Aceito só é praticado nos Altos Graus.
Como já falamos em outras ocasiões, foi da Grande Loja de Nova York, que este Rito chegou ao Brasil por Cópia; consequentemente, o Salmo foi introduzido no Brasil e em algumas outras Obediências da América do Sul, sendo inserido no Rito Escocês Antigo e Aceito.
O Grau de Aprendiz Maçom é dedicado à Fraternidade Universal, sendo que em cada Rito há um procedimento diferente, a saber:
- Rito Emulação, ou de York, o Livro da Lei é aberto em qualquer posição e não é lido;
- Rito de Schroeder – o Esquadro e o Compasso são entrelaçados sobre o livro fechado;
- Rito Adonhiramita o Livro da Lei é aberto em São João Evangelista Capitulo I, Vers. 6 a 9, assim descrito: houve um homem enviado por Deus que se chamava João. Este veio por testemunha, para dar testemunho da Luz, a fim de que todos cresçam por meio dele. Ele não era a Luz, mas veio para que desce testemunho da Luz. Era a Luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem a este mundo.
- Rito Escocês Antigo e Aceito, o Livro da Lei é aberto no Salmo 133: Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça. Que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce à orla dos seus vestidos. É como o orvalho de Hermom que desce sobre Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção e a vida para sempre.
-Rito Brasileiro o livro é aberto, também, no Salmo 133, todavia, só lido o primeiro Vers. Do Salmo 133: Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos vivam em união.
É importante registrar que a leitura deste Salmo já adotada pelos Antigos Cavaleiros Templários, nas suas iniciações, no ano de 1.128, conforme nos demonstrar o Irmão Gomes, em 1990, o qual, no seu Livro denominado de “A Regra Primitiva dos Cavaleiros do Templo”, traduzido os “Cânones do Ritual da Recepção na Ordem do Templo” nos diz:
Que o Irmão Capelão ou Orador deve recitar o Salmo que: Eis, como é bom, como é delicioso, viverem os Irmãos em boa união.
Com a aquiescência dos meus Ilustre Irmãos e do nosso Venerável Mestre, Irmão Beline, em face da importância da mensagem procuraremos decifrarmos o significado de seu conteúdo, pois ela é muito mais divina do que nos parece ser à primeira vista. Comecemos entendendo cada parte do Salmo para depois podermos interpretá-lo mais profundamente, procurarei ser breve para que os meus Irmãos não cochilem ou durmam:
OS SALMOS.
Dá-se o nome de Salmos (do hebraico-psalmus) aos Cânticos religiosos e patrióticos dos Israelitas, segundo a Bíblia, com o movimento de fixação por escrito das tradições israelitas pelo Profeta Ezequiel e pelos os Discípulos, e continuado após a restauração de Israel por várias gerações de escribas, foram-se formando diversas coleções dos Salmos.
Algumas dessas coleções podem ser mais antigas do que as contemporâneas de Davi ou mesmo de Isaias. OS Salmos eram cânticos destinados aos serviços corais do Templo ou das Sinagogas e eram entoados sob o acompanhamento de um “saltério” (de = psalterium), harpas, citaras ou liras, como se lê em Salmos 108: 1-2 “Preparado está meu coração, ó Deus: cantarei e salmodarei com toda a minha alma. Despertai, saltério e harpa; eu despertarei ao romper da alva”.
Os Salmos são classificados em:
-Laudatórios – louvam a Deus, à sua grandeza, magnificência e
misericórdia;
-Deprecatórios – onde o salmista expõe os males e queixas;
-Penitenciais-pedem perdão de pecados pessoais ou do povo;
Históricos – versam sobre a historia de Israel;
Messiânicos – referem-se ao futuro Messias;
Fraternidade – refere-se à concórdia entre os Irmãos.
Os Salmos historicamente são atribuídos a Davi. Não é que Davi seja o autor de todos eles. Alguns são atribuídos pelo próprio texto a Azaph, aos filhos de Core, etc., e outros são simplesmente anônimos. Os Salmos, após minuciosas pesquisas hisitóricas levam a supor que as composições cubram um período de tempo de quase mil anos, com o seu ápice na época monárquica posterior a Davi, antes do exílio da Babilônia (entre 800 e 600).
A forma geralmente usada na poesia dos salmos se chama “paralelismo”, que é a repetição de uma idéia com outras palavras na linha ou nas linhas seguintes. É a repetição de ideais de estrofe a estrofe. Este “paralelismo”, nas suas várias formas, e a riqueza de comparação, é que dão graça e beleza à poesia hebraica.
É fundamental entendermos o contexto histórico para chegarmos a Davi. As civilizações da antiguidade oriental viviam e se espalharam por cinco áreas interligadas geográfica e culturalmente: Mesopotâmia (atual Iraque), Egito, Fenícia (região do Líbano), Pérsia (Irã) e Palestina. Tinham que lutar para se manter em suas Terras. Por volta de 1050 a.C., dois séculos após o êxodo (fuga dos Judeus do Egito para a Palestina), os hebreus tiveram que lutar com persistência contra os Cananeus e Filisteus, Josué, sucessor de Moisés, , organizou os vários homens e formou as clãs em 12 tribos pelas terras conquistadas. Cabe dizer que Jacó teve seu nome mudado para Israel, e, de seus 12 filhos nasceram às doze tribos de Israel, a saber: Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, José, Zabulon, Dã, Naftali, Gad, Asere e Benjamim. A resistência de Cananeus e Filisteus tornavam indispensável à unidade política das tribos e a fidelidade religiosas em um único Deus, Jeová, (“Javé”, aquele que é).
A historia de Davi é narrada na Bíblia, nos livros I e II de Samuel. Nascido em Belém, na Judéia, entrou como harpista na corte de Saul, primeiro rei de Israel. Na guerra contra os filisteus, o jovem Davi, armado com uma funda matou o gigante Golias.
Essa vitória e outras que se seguiram despertou o entusiasmo do povo e, enciumado, o rei Saul resolveu elimina-lo, embora tivesse se casado com sua filha MICOL e fosse amigo de Jônatas (filho de Saul).
Davi então fugiu da corte, vivendo em seguida vários lugares. Depois da morte do rei Saul e Jônatas, Davi regressou à Judéia e sua tribo (tribo de Levi) o nomeou rei, ao mesmo tempo em que as tribos restantes elegiam Isbaal, outro filho de Saul. Na guerra que se seguiu, Isbaal foi morto e Davi tornou-se rei de Israel, fixando a capital em Jerusalém e, para lá transferiu a Arca da Aliança, maior símbolo religioso dos Israelitas.
Sob o comando de Davi, os israelitas tomaram Jerusalém na luta contra os cananeus, transformando-a em sua capital. Outras vitórias contra os filisteus, moabitas e arameus garantem a independência do reino de Israel. Com a sua aceitação como rei por todas as tribos de Israel, Davi reforçou a tradição judaica. Seu reinado, altamente próspero, durou 40 anos.
De sua união com Betsaba nasceu Salomão, onde Davi pecou ao mandar o marido dela URIAS para as batalhas como seu General, onde foi morto. Por esse motivo Deus não permitiu que Davi construísse o Templo, ficando essa incumbência para o segundo filho Salomão, ungido por Davi no leito de morte como rei de Israel.
Seu corpo foi levado para Belém e ali sepultado. Devemos guardar em nossas mentes que na tradição posterior, Davi foi apresentado como garantia da união entre Deus e o povo.
AARÃO.
O salmo 133 cita textualmente Aarão, o Irmão mais velho de Moisés e seu principal colaborador. De acordo com a descrição do Êxodo, era filho de Amram e Jocabed e três anos mais velho que Moisés. Segundo a maioria dos biblicistas, se Moisés encarnava a visão profética, Ararão simbolizava a necessidade de um poderoso testamento sacerdotal.
Durante o êxodo do povo Judeu, Aarão é o escolhido por Deus para transmitir ao Farão e ao povo a sabedoria por ele concedida a Moisés. Em Êxodo 4:16, “Ele falará por ti ao povo; ele será a tua boca, e tua serás para ele um Deus”. Do mesmo modo, Aarão ajudou Moisés a tirar seu povo do Egito, atravessando o deserto.
Enquanto Moisés se achava no monte Sinai, onde recebeu Os Dez Mandamentos, Aarão deixou de lado as recomendações do Irmão e, antes as suplicas do povo, mandou construir a imagem do Bezerro de Ouro.
Isso provocou a cólera divina e Aarão não teve permissão para entrar na Terra Prometida. Apesar disso, Deus o perdoou, fazendo com que de seu cajado brotassem flores. Foi o primeiro sacerdote dos hebreus, o escolhido pelo Senhor para o sacerdócio, introduzindo no tabernáculo ainda no Egito. Em Números 3:5-10, temos a declaração explícita de Jahveh.
Disse o Senhor a Moisés: Faz chegar à tribo de Levi, e põe-na diante de Aarão, o sacerdote para que o sirvam, e cumpram seus deveres para com todo o povo, diante da tenda da congregação, para ministrar no tabernáculo. Terão cuidado de todos os utensílios da tenda da congregação, e cumprirão o dever para com os filhos de Israel no ministrar no tabernáculo.
Dirás, pois, os levitas a Aarão e a seus filhos; dentre os filhos de Israel lhes são dados. Mas a Aarão e seus filhos ordenais que se dediquem só ao seu sacerdócio, o estrranho que se aproximar morrerá.
Em Êxodo: 40:13-15, encontramos o comando de Jahveh a Moisés de forma definitiva: Vestirás a Aarão das vestes sagradas, e o ungirás e o consagrarás, para que me oficie como sacerdote e sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo durante as suas gerações.
Seu nome significa “iluminado”, “elevado”, ou “sublime”. Como sacerdote, tinha o privilegio de participar do oficio e cerimônias no tabernáculo, apresentando diante de Deus as oferendas em nome de povo.
Na qualidade ainda de sumo sacerdote tinha também a responsabilidade e suprema honra de ser o único a entrar uma vez por ano no dia de YORKPUR (dia do perdão) no local “santíssimo” onde se encontrava a Arca da Aliança.
Sua consagração como sacerdote foi feita por Moisés por meio do derramamento do óleo sobre sua cabeça. O óleo que desceu sobre sua barba até alcançar as suas vestes, reveste-se de singular simbolismo no contexto.
O corpo envolto no óleo significa a consagração sacerdotal, estaria capacitando Aarão de representar todo o povo diante do Senhor. Era como se o povo Judeu fosse unido – perante o Altíssimo.
De acordo como o Livro dos Números, Aarão passou para o mundo Celestial (morreu) no monte HOR com 123 anos de idade.
AS VESTES DE AARÃO.
Os sacerdotes, pela sua posição de interlocutores da palavra de Deus, deveriam se distinguir dos demais israelitas.
Aliás, Aarão e seus Irmãos já eram distinguidos, pois pertenciam à casa de Leví, a quem fora outorgada pelo Senhor a missão de daí saírem os seus sacerdotes.
As vestes sacerdotais deveriam refletir a dignidade da função. Em êxodo 28:-4, o Senhor disse a Moisés: Farás ao teu Irmão vestes sagradas em sinal de dignidade, de ornato de sorte que ele seja consagrado ao meu sacerdócio.
Eis as vestes que deverão fazer: um peitoral, um efod, um manto, uma túnica bordada, uma mitra, um cinto, deverão usar fios de lã azul púrpura e vermelha, fios de ouro de linho puro; farás também no peitoral e encherás de pedras de engate e serão aquelas pedras os nomes das doze tribos de Israel.
Na seqüência dos versículos, até o número 29 temos todo o detalhamento destas vestes, não só de Aarão, mas também dos seus Irmãos. Deve-se ressaltar que estas vestes deveriam ser usadas todas as vezes que chegassem perto do Altar para servirem como sacerdotes, a fim de não incorrerem em falta e de não morrerem.
A UNÇÃO COM O ÓLEO PRECIOSO.
Meus Irmãos, esse óleo que o salmo fraternalmente se refere como “precioso”. Sua composição foi transmitida por Deus a Moisés e reúne apenas cinco ingredientes, em porções bem definidas.
Senão vejamos: Tu, pois toma para ti das principais especiarias da mais pura Mirra quinhentos siclos (siclos unidade de massa da época que equivalia a vinte óbolos, ou dez gramas, e a partir da época helenística (Macabeus), significou moeda de prata pura que pesava seis gramas), de Canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos; e de Cálomo aromático, duzentos e cinqüenta siclos; e de Cássia quinhentos siclos e de Azeite de Oliveiras um hin; que nada mais é do que um (um) sextário de um efi (em hebraico bat) que é igual ao número 451, que, também, em nosso vernáculo é igual a 7,5 (sete meio) litros de azeite puro.
Cabe ressaltar a natureza santa desse óleo. O sentido do termo Santo, é separado, sagrado, consagrado. Não é comum, profano ou vulgar, tanto que o próprio Deus adverte explicitamente em Êxodo 30:31-33: Este me será o azeite da santa unção nas vossas gerações.
Não se ungirá com ele a carne do homem, nem fareis outro semelhante conforme a sua composição: santo é, e santo será, santo para vós. O homem que compuser tal perfume como este, ou que dele puser sobre um estranho, será extirpado dos seus povos.
A Bíblia sempre fala do óleo da unção usado nas cerimônias de consagração dos sacerdotes. É o que encontramos em Êxodo 28:14 e 29, “ungirás, investindo-os e consagrando-os para que me sirvam como sacerdotes”, tomarás o óleo da unção e o ungirás derramando sobre a cabeça.
Fazendo a conversão das quantidades para as medidas atuais: 1 (um) siclo = 10 gramas; 500 siclos x 10 = 5 (cinco) quilos mirra;250 siclos x 10 gramas = 2,5 quilos de Canela Aromática; 250 siclos x 10 gramas = 2,5 de Cálamo; 500 siclos x 10 gramas = 5 (cinco) quilos de Cássia;1 (um) Hin (1 sextário de um efi (em Hebraico bat) = 451) = 7,5 litros de azeite puro.
O corpo envolto no óleo, simbolizando a consagração sacerdotal, estaria capacitando, como disse acima, Aarão de representar todo povo diante do Senhor. Era como se o povo Judeu fosse unido, representado por um corpo – um corpo ungido – perante o Altíssimo.
OS MONTES DE HERMOM E SIÂO.
Ao Norte de Israel (Palestina) existe a cordilheira Antilibana (de Antilabano, uma das suas montanhas) em contraposição a Libana no território do Líbano. Nesta cordilheira se encontra o Monte Líbano, famoso por seus cedros, nas encostas. Sobre este Tema o Irmão Arquiminio Pacheco, já desertou em outras ocasiões; o assunto foi tão belo, que decidi, também, tecer este pequeno comentário inerente àquela região santa, onde estive, também, caminhando pelos lugares, onde, o Profeta Moisés e Jesus Cristo passou. A este Mestre, Irmão e amigo da Terra dos Goitacazes, o meu muito obrigado pela lembrança daquela Terra divina: a Grande Jerusalém.
Essa cadeia se desenvolve do Nordeste ao Sudeste por vários quilômetros e suas extensões e alturas são vistas a partir do mar Mediterrâneo. Dentro desta cordilheira, formando uma tríplice fronteira, fazendo divisa entre Israel, Líbano e a Síria encontram-se o Monte Hermom com seus 2.814 metros de altura e seu cume coberto por neves eternas.
Hermom, para os Sidonianos (povo que habitava o vale do Sidon), era Sarion e para os Amorreus (outro Povo) era Sanir, significando sagrado. Por ser considerado sagrado, existiam em suas encostas e até no seu cume pequenos templos religiosos, cujas ruínas foram descobertas pelos arqueólogos.
Segundo o Pesquisador e Escritor José Castellani, o Monte Hermom, pelo seu forneciemnto de madeira para a construção de navios, pelo seu caráter sagrado, pelo seu orvalho que descia sobre toda a Palestina irrigando suas terras, era, sem dúvida, na antiguidade, a mais famosa e importante montanha da região.
Devido à altura, as correntes de ar procedentes da sua cordilheira levam a névoa para toda região (inclusive o Sião), condensando-se ali, sob a forma de orvalho.
Por outro lado, o degelo da sua neve é a principal fonte alimentadora do Rio Jordão e, por extensão, do lago da Galileia e de toda a região da Palestina.
A enciclopédia Delta Larousse define Sião, em árabe Djabal Sahyun, como uma das colinas sobre as quais Jerusalém foi construída. Geograficamente o Monte Sião é uma elevação, de cerca 800 metros de altura, os vales de Cedro e de Tyropocon a qual, segundo a Bíblia, Davi tomou dos Jebuceus, mais ou menos no ano 1000 a.C. Após a vitória passou a ser chamada de cidade de Davi porque para ali Davi se mudou saindo da cidade de Hebron, levando consigo a Arca da Aliança.
Sião ou Jerusalém, na Bíblia, é chamada por outros nomes, a saber: Sião, cidade de Judá, cidade Santa, cidade de Deus, cidade da Justiça, cidade do Grande Rei, Aelia Capitolina (no tempo do Imperador Adriano) e El-Kuds (a “santa”) dado pelos Árabes.
Posteriormente quando a Arca foi transferida para o Templo que Salomão havia construído no Monte Moriá, onde hoje está situada a Mesquita do Profeta Omar, o nome Sião compreendia também toda cidade de Jerusalém. Sião ou Sion passou a ser o nome simbólico de Jerusalém, da Terra prometida, da cidade de Davi.
O salmo que consagra a fraternidade entre os Irmãos, deixa claro o que nós sentimos quando estamos em Loja e principalmente quando visitamos uma Loja, e o quanto é importante à fraternidade.
Neste texto claramente é dito: Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça. Que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce à orla dos seus vestidos.
Atentando aos detalhes entendemos que o óleo SAGRADO descendo sobre a cabeça de Aarão é a consagração, ou seja, a união entre Deus e o Homem, entre o Espírito e a matéria e isso acontecerá de maneira suave e abundante, desde a cabeça (espírito) até o corpo (matéria), passando pela barba que tem o significado de respeito.
Ainda “É como o orvalho de Hermom que desce sobre o Sião” onde “como” significa (conjunção subordinativa adverbial), tanto quanto, o orvalho desce o Monte Hermom, suavemente e proporciona a Vida na Terra Santa: o Sião.
É a ligação do supremo, do espírito, até os Homens que vivem no Sião, e só é possível a vida lá, graças ao que vem do Céu literalmente. Com este paralelismo das figuras entendemos o que o salmista nos traz.
Viver em união, como Irmãos, é a superação de todos os males. É sinônimo da máxima virtude humana. É quando os homens ascendem ao clímax da felicidade. A felicidade da vida em união é comparada com dois planos: o espiritual simbolizado pelo óleo sobre a cabeça ungindo Aarão, que permite o homem alcançar o plano superior.
E material representado alegoricamente pela água que descendo do Hermom assegura a vida pela perene fertilidade do solo. De um lado o espírito – o Compasso, de outro o corpo – Esquadro, e no meio o homem plenamente harmonizado consigo mesmo, com os demais semelhantes, com a natureza (a terra) e com o Principio Criador. O óleo, o homem, o monte e a água formam os símbolos e alegorias usadas pelo O Grande Arquiteto do Universo, para nos revelar seu desejo e ensinamento.
O Salmo 133 consagra o puro e verdadeiro amor fraternal, essência para a construção dos novos tempos. Ele retrata os mistérios da felicidade interior dos que vive em harmonia com seus Irmãos, tal como preconiza nossa Ordem.
O objetivo primário da Maçonaria é unir os Irmãos de tal forma que possam parecer um só corpo, uma só vontade, um só espírito, formando um Templo coeso, compacto de parte heterogênea formando um todo.
Os Maçons, portanto, quando unidos em Loja, ou pela cadeia de união, não estão absorvidos nem diluídos, porém ligados através da soma das forças físicas, mentais, e, espirituais existindo individualmente no todo.
Felizes os Irmãos que conseguem entender esse significado, ainda mais felizes os que conseguem viver essa experiência única.
É este o motivo que me leva a estar sempre parafraseando aqueles que servem os necessitados: Socialmente, economicamente, intelectualmente, principalmente para que haja educação em casa e instrução na Escola, para que possamos visualizar mais saúde, e segurança, neste mundo que Deus nos deu para viver como hospedes. E assim, finalizando direi como tenho dito: se todos no mundo fossem Maçons, o Planeta Terra, seria muito mais feliz.
Irmão Manoel Norberto-33º
Mestre Instalado
Principal Instalado do Arco Real do
Grande Oriente do Brasil - Capítulo do Estado de Roraima.
Preceptor Instalado do Capítulo dos Cavaleiros Templários do Grande Oriente do Brasil no Estado de Roraima.
Delegado Litúrgico do Supremo Conclave do Rito Brasileiro no Estado de Roraima.
Grande Secretário de Orientação Ritualística do
Grande Oriente Estadual do Estado de Roraima
Membro Efetivo da Augusta Benfeitora e Respeitável Loja Simbólica 20 de Agosto nº. 1.818 – Oriente de Boa Vista-RR.
Bibliografia: A Bíblia Sagrada Tradução João Ferreira de Almeida.
Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.
Castellani, José. A Maçonaria e sua Herança Hebraica. Londrina: A
“Trolha”, 1993.
D´ELIA Junior, Raimundo. Maçonaria: 100 lições de Aprendiz.
FERREIRA, Jair Mendes. Salmo 133 (Trabalho). Augusta e Respeitável
Loja Simbólica “Cidade de São Paulo nº. 416”.
Gomes, Pinharanda. A Regra Primitiva dos Cavaleiros do Templo. Lisboa:
Hugin, 1990.
HANSON, Kenneth. Segredos da Bíblia Perdida. Cultrix, 2007.
RODRIGUES, Antonio José. Salmo 133 (Trabalho) Augusta e Respeitável
Loja Simbólica “Lealdade Paulistana”.
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